Na quinta-feira de Bienal, o influenciador Paulo Ratz abriu o Skeelo Talks com a mesa “Poesia contemporânea e relacionamento” em uma entrevista com Igor Pires, autor do livro “O fim em doses homeopáticas”, disponível em e-book no aplicativo Skeelo, e “Todas as coisas que eu te escreveria se pudesse”, presente em áudio e texto.
Igor contou que as relações foram essenciais para os temas de seus livros. “Meu primeiro término de relacionamento me ajudou muito a entender quem eu era e o que eu queria, as barreiras que eu precisava colocar para que ninguém me tratasse mal”, disse. “Meu primeiro livro é muito ingênuo porque eu estava vivendo o meu primeiro relacionamento. Tinha olhos muito inocentes para o amor. Quando você cresce, você entende que o amor se modifica”.
Paulo questionou como essa compreensão afeta sua escrita e o autor respondeu: “Meus textos e meus livros foram amadurecendo comigo. Acho que tenho aprendido muito na minha escrita atual, pensado o amor para além do amor romântico”.
Ele também contou, com bom humor, como os leitores reagiram ao seus textos mais felizes, já que está vivendo uma fase de muita alegria em sua vida. “As pessoas falaram que queriam o Igor depressivo, o Igor triste. Eu tinha muito medo de ser esse tipo de escritor que só escreve coisas tristes”, explica. “Eu respeito muito a minha dor e a minha tristeza, mas dou muito mais valor para a minha felicidade”.
Paulo aproveitou para perguntar o motivo de as pessoas gostarem desse tipo de textos tristes. “Eu escuto muito dos meus leitores que eu escrevo coisas que as pessoas querem escrever, mas não conseguem”, conclui.
Sobre a pandemia, Igor contou que o início do isolamento social foi muito ruim para ele, que começou a escrever o livro “Todas as coisas que eu te escreveria se pudesse” logo depois de terminar seu relacionamento. “O começo da pandemia foi desolador para todo mundo. Recebi muitas mensagens de fãs com depressão, tristeza profunda… Para mim, foi uma experiência muito traumática, mas esse livro me curou. Costumo brincar que os meus livros são os meus maiores terapeutas”, afirma. “Parece que o documento escrito te revela coisas que você não saberia se você não escrevesse”.
Depois de responder algumas perguntas da plateia, Igor finaliza com uma mensagem de carinho: “Me sinto honrado de ser escritor, um agente do bem. Olhar a vida com os olhos apaixonados faz toda a diferença no meu trabalho”, conclui.
Confira o bate-papo completo com Igor Pires:
Iandê Albuquerque e Victor Fernandes falam sobre jornadas e experiências individuais
Logo depois, foi a vez da mesa “Coisas que eu preciso te dizer hoje: talvez a sua jornada agora seja sobre você”. Os convidados Iandê Albuquerque e Victor Fernandes falaram sobre suas experiências como escritores de não ficção. Iandê Albuquerque é autor dos livros “Onde não existir reciprocidade, não se demore”, “Para todas as pessoas intensas” e “Para todas as pessoas resilientes”. Já Victor Fernandes é autor de “Pra você que teve um dia ruim”. Todos os e-books estão disponíveis no aplicativo Skeelo e podem ser comprados na Skeelo Store.
Paulo Ratz, também mediador do bate-papo, iniciou a conversa perguntando como os autores começaram a escrever e como lidaram com a repercussão de seus textos. “Eu comecei a usar a internet como um lugar de desabafo diário, mas era algo só para mim, eu não tinha intenção nenhuma de que outras pessoas vissem”, conta Iandê. Victor completou dizendo que costuma encontrar seus leitores em todos os lugares. “É muito legal, porque eles sentem que já conhecem a gente”, diz.
Paulo aproveitou para abordar a questão da exposição nas redes sociais. Afinal de contas, como saber o que postar? Victor responde: “Eu me coloco no lugar de quem está consumindo o conteúdo para saber o que eu vou postar. Até que ponto é relevante? Quero que meu trabalho seja famoso e reconhecido. Tinha a necessidade de falar ‘olha, pessoal, aqui tem uma pessoa, sabe? Tomem cuidado com as críticas e comentários porque tem um ser humano por trás dessa página'”.
Em outro assunto, Paulo pede para Iandê explicar a definição de ser uma pessoa intensa. “Para quem lê o livro, eu não falo só sobre se entregar. Eu falo sobre meus conflitos pessoais que me trazem essa intensidade. Acho que temos que ter responsabilidade emocional com nós mesmos. Hoje eu me considero intenso, mas muito racional”, explica Iandê. Ainda sobre essa questão, Victor diz: “Acho que temos que encontrar equilíbrio entre intensidade e calmaria. É a forma como você encara a vida. A vida pede que a gente viva intensamente, mas com responsabilidade. É fundamental ter o equilíbrio porque senão vamos de cabeça nas situações”.
Paulo pergunta para Victor sobre o livro “Para você que teve um dia ruim” e o fato dele ser muito pessoal. “Sempre brinco que um escritor absorve tudo que tem em volta dele. Nós conseguimos ter um olhar mais profundo sobre coisas que passam despercebidas para outras pessoas. Grande parte do que eu escrevo é sobre mim, mas eu me dedico mais a jogar luz em algo que eu quero que as pessoas vejam. Muito do que está escrito ali são coisas que eu escrevi para mim. É sobre escrever o que eu sinto e escrever o que eu vejo˜, responde o autor.
Antes de encerrar, Paulo pergunta sobre a forma que os autores buscam se manter otimistas diante de uma situação como a pandemia de Covid-19 e como transmitir essas mensagens ao público. “Mais do que nunca, o que escrevemos é necessário. Nossas palavras têm que ser luz. Isso me dá mais gás para produzir”, diz Victor. “Nossa maneira de mudar o mundo começa com a gente, devagarzinho vamos mudando. Eu não tenho a solução, mas tenho o acolhimento e o incentivo. Sempre fica tudo bem”. “O recado é: sejamos fortes, resilientes e corajosos para encarar”, finaliza Iandê.
Confira o bate-papo completo com Iandê Albuquerque e Victor Fernandes: