Anualmente, em 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi, famoso líder do Quilombo dos Palmares. Infelizmente, apesar de tudo o que se sabe, muito da história do brasileiro foi apagada, especialmente no que se refere a pessoas negras.
A data de falecimento de Zumbi só foi descoberta por historiadores no início da década de 1970. Durante um congresso realizado em São Paulo em 1978, o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial elegeu o quilombola como símbolo da resistência e luta por direitos de pessoas afro-brasileiras.
O Leia Mulheres foi fundado com o intuito de divulgar a literatura de autoria feminina em toda sua variedade de vozes e pontos de partida. Os clubes sempre procuram mostrar a pluralidade da literatura e a forma como as diferentes perspectivas devem ser conhecidas, lidas e apreciadas. Com isso em mente, refletimos sobre a importância de conhecer autoras negras e compreender o que elas têm a nos dizer. Assim, para celebrar a data de hoje, selecionamos alguns livros importantes para vocês. Confira a seguir:
Úrsula (Maria Firmina dos Reis)
Em 23 de novembro acontece a 22ª Festa Literária Internacional de Paraty — FLIP. Nesses 22 anos de festival, apenas quatro mulheres foram homenageadas: Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, Hilda Hilst e, agora, Maria Firmina dos Reis — a única negra até o momento. Sua obra principal, Úrsula, permaneceu por muitos anos esquecida. Felizmente, temos visto um resgate de autoras brasileiras e ficamos muito felizes por Maria Firmina ser uma delas.
Casa de alvenaria – Volume 1: Osasco (Carolina Maria de Jesus)
O livro mais conhecido de Carolina de Jesus, Quarto de despejo, conta como era a rotina da autora e de seus filhos na favela do Canindé, em São Paulo. Já em Casa de alvenaria, Carolina nos conta sobre as mudanças em sua vida após a publicação de seu primeiro livro, além de comentar sobre os desafios que o racismo estrutural apresenta para uma mulher que ascendeu socialmente.
Heroínas negras brasileiras: em 15 cordéis (Jarid Arraes)
Nesta obra, Jarid Arraes nos apresenta a história de 15 mulheres negras importantes, quase apagadas pela história. A escritora descreve suas vidas através de cordéis, um gênero não tão difundido em meios literários.
Continuo preta: A vida de Sueli Carneiro (Bianca Santana)
A filósofa e escritora Sueli Carneiro é criadora e atual diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra. Uma das principais pensadoras do feminismo negro no Brasil, teve sua biografia escrita por Bianca Santana, uma das principais autoras contemporâneas.