Silenciadas por muito tempo, as mulheres brasileiras tiveram de ser resistentes e insistentes para conquistar espaço na literatura e serem reconhecidas por suas obras. Veja a lista de alguns nomes de mulheres essenciais nesse processo!

Cecília Meireles

Nascida em 1901, no Rio de Janeiro, Cecília é um dos expoentes da literatura brasileira. Perdeu os pais e os irmãos antes dos três anos de idade, e, por isso, foi criada a vida toda pela sua avó. Dadas as perdas precoces, a autora apresenta em suas obras forte intimidade com assuntos voltados à efemeridade da vida.

Escritora, professora, pintora e engajada em educação, Cecília fez parte de movimentos educacionais, que culminaram em reformas importantes no país. As principais pautas abordadas por ela foram: literatura, educação e folclore, assuntos nos quais é especialista.

Ao longo de seus 63 anos de vida, publicou romances, contos, poemas, livros didáticos e infantis. Aqui, destacamos duas obras: Romanceiro da inconfidência e As palavras voam.

Maria Firmina dos Reis

A primeira romancista negra do Brasil nasceu em São Luís do Maranhão, no ano de 1825. Maria Firmina dos Reis fez história ao publicar Úrsula, em 1859, romance que aborda a escravidão e o tráfico negreiro do ponto de vista da pessoa escravizada.

Nos anos 1880, a autora fundou a primeira escola mista do Maranhão, o que na época era um feito disruptivo e corajoso, no entanto, teve de interromper os trabalhos depois de pouco mais de dois anos de funcionamento. Além disso, a autora escreveu folhetins, participou ativamente da imprensa da época, enquanto compunha suas obras.

Maria Firmina dos Reis faleceu em 1917, com noventa e dois anos, sem os devidos reconhecimentos de sua obra. Hoje, é apreciada pela academia e reconhecida como uma figura histórica.

Clarice Lispector

Uma das autoras mais conhecidas do nosso país, dona de uma escrita melancólica e repleta de fluxos de consciência. Apesar de nascida em Chechelnyk, cidade ucraniana, Clarice é naturalizada brasileira, e chegou ao país com apenas dois anos de idade.

Aos dezenove anos, publicou seu primeiro conto, depois disso, trabalhou na área jornalística e escreveu os mais variados tipos de textos, desde romances até periódicos da época. Depois de casada, passou a viajar muito com o marido, que se dedicava à diplomacia, e a cuidar de seus filhos. No entanto, nunca deixou a escrita de lado.

Clarice se consolidou como uma das melhores escritoras da história e deixou narrativas emocionantes como A hora da estrela, Um sopro de vida e Uma aprendizagem (ou o livro dos prazeres).

Nélida Piñon

Em 1989, ocupou a Cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras, e, sete anos depois, tornou-se a primeira mulher a presidir a instituição.

Nélida começou a escrever na infância e teve como um dos seus principais influenciadores o próprio pai, Lino Piñón Muíños. Graduou-se em Jornalismo, da Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

A autora faleceu em dezembro de 2022, mas deixou como legado muitas obras as quais foram traduzidas e comercializadas em dezenas de países. Deles, destacamos Um dia chegarei a Sagres e a coletânea de contos Melhores Contos Nelida Piñon.

Carla Madeira

A mineira Carla Madeira é um dos maiores nomes da literatura contemporânea. Formou-se em jornalismo, relações públicas e publicidade, além de já ter investido nos conhecimentos de música e matemática.

Disparou no ranking de escritoras mais lidas em 2021. Apesar da fama recente, Carla escreve há muitos anos. Seu maior best seller, Tudo é Rio, foi publicado originalmente em 2014, quando a autora tinha 50 anos. Mas foi apenas na republicação pela editora Record, em 2020, que a obra alcançou os primeiros lugares de mais vendidos.

A autora afirma que associa a escrita de seus livros à música e à experiência publicitária, o que justifica a fluidez de seus textos. Hoje, ela tem três livros publicados, eles são: Tudo é Rio, Véspera e A natureza da mordida.

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