8 autores e autoras para enaltecer no Dia do Poeta

No dia 20 de outubro, é celebrado o Dia do Poeta, data que tem como objetivo homenagear e incentivar a leitura e escrita dessas produções artísticas tão ímpares na cultura popular.

A data foi escolhida porque, no dia 20 de outubro de 1976, era inaugurado o Movimento Poético Nacional em São Paulo na casa de Paulo Menotti Del Picchia – jornalista, advogado, pintor e romancista.

Para comemorar essa data e enaltecer grandes poetas, o Blog do Skeelo separou uma lista de títulos e autores que enriquecem a nossa literatura. Além disso, você pode conferir outras indicações no nosso Especial de Poesia, clicando aqui.

Poesia clássica

Vinícius de Moraes

Em coincidência com a data, um dos maiores poetas nacionais celebraria 110 anos de vida no dia 19 de outubro. Vinícius de Moraes foi jornalista, dramaturgo, cantor, diplomata e compositor.

Muito conhecido pela ampla atividade artística, o “Poetinha” – como foi apelidado pelo grande amigo Tom Jobim – recebeu inúmeros prêmios pelo conjunto de sua obra, seja na literatura, no teatro, na música ou no cinema. Contudo, o artista sempre se considerou primeiramente poeta, já que todas as suas outras vocações foram derivadas da poesia.

Livro de Sonetos | Companhia de Bolso

Sinopse: Os sonetos desse livro, publicado pela primeira vez em 1967, foram escritos ao longo de trinta anos, a partir do início da década de 30. 

Apesar do vasto espaço de tempo que os separa, eles guardam uma semelhança que vai muito além da submissão ao formato clássico: para Vinicius de Moraes, os sonetos eram uma via de acesso ao sublime, mesmo quando essa elevação se processava por meio da linguagem prosaica do cotidiano aparentemente banal. Este é um atributo que sempre acompanhou o poeta: o poder de vislumbrar transcendência nas pequenas coisas. 

Nas mãos de Vinicius, os sonetos tornam-se um instrumento exigente e delicado, manejado com firmeza para sensibilizar a crista de banalidade que envolve o mundo real. Tornam-se ainda um recurso sofisticado que permite ao poeta contactar, com mais eficácia, a alma de outros artistas que tinha em alta conta, como Katherine Mansfield, Otávio de Faria, Cândido Portinari e Sergei Eisenstein. 

Esta edição do Livro de sonetos reúne também nove sonetos inéditos, pescados no baú de raridades que Vinicius de Moraes deixou com a família e que hoje está sob a guarda competente do Museu de Literatura da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Se o autor os relegou à sombra das gavetas, eles agora ajudam a compor, com mais nitidez, o pano de fundo, a trama secreta que animou o espírito do poeta.

É justo falar em espírito, pois os sonetos de Vinicius de Moraes estão, em grande parte, imersos em dilemas metafísicos e impasses místicos. E naquele terreno pantanoso e fértil em que espírito e carne se confundem, conhecido por amor. Mesmo quando escreve a quatro mãos, com Paulo Mendes Campos, ou homenageia um amigo próximo como Rubem Braga, Vinicius não permite que seus sonetos percam de vista a face imutável do homem.

A leitura deste livro provoca dois tipos de prazer: o que vem da perfeição da forma, exercitada com elegância, e o que se produz na sua ultrapassagem, momento em que a forma é mero condutor para o enobrecimento da realidade.

Bônus: Todo amor – Audiobook | Companhia das Letras

Sinopse: Ao passear por cartas, letras de música, poemas e crônicas, o livro mostra as muitas facetas do poeta em sua lavra romântica. Vinicius de Moraes reinventou o amor. O tema parecia velho quando ele aliou a poesia dos livros à música popular, trazendo o amor para o centro das atenções como uma emoção sempre nova. 

Com organização do poeta Eucanaã Ferraz, Todo amor reúne mais de cem fragmentos — entre cartas, crônicas, poemas e letras de canção — que formam um painel admirável e apaixonante. De “Eu sei que vou te amar” até “Canto triste”, o leitor pode observar a enorme variedade de formas que esse sentimento assume na produção do poeta: a alegria, a tristeza, o ciúme, a devoção absoluta, a veneração, o arrependimento, o perdão, o lance cômico e a expectativa do fim.

Carlos Drummond de Andrade

É impossível falar de poesia sem falar de Carlos Drummond de Andrade. O poeta de Itabira, Minas Gerais, foi um dos principais da segunda geração do modernismo brasileiro. Suas obras abordam desde questões existenciais, como a vida e a morte, até o cotidiano familiar e político brasileiro. Além da poesia, Drummond escreveu contos, crônicas e até livros infantis!

Sentimento do mundo | Record

Sinopse: Os poemas sociais de Sentimento do mundo retornam em novo projeto, com posfácio de Ailton Krenak. 

Sentimento do mundo, publicado em 1940, quando Carlos Drummond de Andrade tinha 38 anos, é seu terceiro livro de poemas, mas o primeiro escrito após a mudança para o Rio de Janeiro, então capital do país. 

O poema-título, que abre o volume, registra a abertura do poeta para uma visão mais ampla da humanidade. No conjunto de poemas aqui reunidos, há também uma atitude política mais participativa e empenhada (mesmo que ciente de seus limites) na transformação da realidade. 

Os poemas sociais de Sentimento do mundo são alguns dos melhores já produzidos em nossa literatura. “O operário no mar”, “Os ombros suportam o mundo”, “Mundo grande” e a “Noite dissolve os homens”, entre outros, são exemplos de uma literatura engajada na qual, como escreveu o crítico Antonio Candido, referindo-se ao posicionamento político de Drummond na época, a “adesão ao socialismo e a negação do sistema capitalista” se fazem “em chave de lirismo, como alguma coisa que vem de dentro e existe antes de mais nada enquanto modo de ser”. 

Esta nova amplitude, embora represente uma inflexão na obra de Drummond, não elimina, é claro, as fortes ligações que tinha com Minas Gerais e sua cidade natal. Os dois planos convivem, de forma mais ou menos tensa, ao longo do livro. Essa conexão decisiva com as origens fica evidente, por exemplo, no poema “Confidência do itabirano”: “Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira. / Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.” 

As novas edições da obra de Carlos Drummond de Andrade têm seus textos fixados por especialistas, com acesso inédito ao acervo de exemplares anotados e manuscritos que ele deixou. 

Em Sentimento do mundo, o leitor encontrará o posfácio do líder indígena, ambientalista e autor Ailton Krenak, e também bibliografias selecionadas de e sobre Drummond; e a seção intitulada “Na época do lançamento”, uma cronologia dos três anos imediatamente anteriores e posteriores à primeira publicação do livro.

Fernando Pessoa

O Blog do Skeelo já teve a oportunidade de homenagear Fernando Pessoa, mas nunca é demais falar sobre ele. Afinal, estamos falando de um dos autores mais importantes da literatura portuguesa e que revolucionou a poesia através de seus heterônimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. 

Além de poeta, Fernando Pessoa foi dramaturgo, crítico literário, comentarista político e tradutor. A vida de Pessoa foi dedicada a criar e sua obra poética é premiada e conhecida ao redor do mundo inteiro. 

Mensagem | Panda Books

Sinopse: Escrito em 1934, este clássico da literatura portuguesa é considerado uma das grandes obras da poesia épica. Se você não cismar de sofrer com a língua que é diferente do português que a gente usa hoje em dia, vai embarcar em uma superaventura que começa pela formação de Portugal, celebrando a grandiosidade das conquistas de seus reis e navegadores na Era dos Descobrimentos, e termina na decadência do país, formando um conjunto de poemas que exploram o forte nacionalismo e o saudosismo pelos áureos tempos portugueses. Nesta edição especial você tem o texto integral acompanhado de explicações e links bem espertos que o ajudarão a compreender melhor a trama, diferentes estilos de ilustrações e um encarte com o mapa dos personagens para você lembrar quem é quem nos poemas de Fernando Pessoa.

Mário Quintana

Chamado de “o poeta das coisas simples”, Mário Quintana teve sua obra marcada pela perfeição técnica, profundidade e pela ironia. Além disso, trabalhou como jornalista e tradutor de mais de 130 títulos, como Em Busca do Tempo Perdido e Mrs. Dalloway. Foi premiado diversas vezes pelo conjunto de sua obra.

O segundo olhar: Antologia | Alfaguara

Sinopse: Os sentimentos são a matéria-prima do poeta, nesta antologia inédita que resgata a atualidade e a importância da obra de Quintana. Bem-humorados ou irônicos, mas sempre intensos, seus poemas vão do amor desesperado aos dissabores da velhice. 

Foi pensando nas diversas possibilidades de interpretação da obra de Mário Quintana que este livro surgiu. A proposta do escritor João Anzanello Carrascoza ao organizar esta antologia foi recuperar sua veia singular — e hoje pouco conhecida —, demonstrando toda a força de Quintana. Daí o título, que parte da ideia de que é quando lançamos um segundo olhar sobre as coisas que conseguimos captá-las em sua plenitude.

Conhecido como o poeta da infância e do cotidiano, Quintana teve suas outras facetas negligenciadas ao longo do tempo. Seus poemas percorrem muitos caminhos: são leves, engraçados, mas também são irônicos, intensos. Certa vez, ele declarou que o segredo para uma vida longa residia no interesse pelos outros e pelo mundo, e sua poesia expressa esse entusiasmo. Ele era meticuloso na composição de versos que, apesar de aparentemente simples, escondem uma inegável complexidade. 

Aqui, a disposição dos poemas segue a mesma lógica que orientou Mario Quintana na composição de muitos de seus textos. Organizados sem o suporte de cronologias ou eixos temáticos, os poemas vão se sucedendo em uma espiral, de forma contínua, como numa conversa em que uma ideia puxa outra. O segundo olhar capta com maestria a essência de Mário Quintana e mostra porque ele é um de nossos maiores poetas.

Poesia contemporânea

Há quem diga que a poesia é um dos gêneros que menos se consome na literatura, mas essa afirmação não poderia ser mais equivocada. A seguir, confira alguns títulos de poetas contemporâneos que fazem sucesso atualmente.

Akapoeta

Se você está presente nas redes sociais, com certeza já viu alguma postagem de João Doederlein, o akapoeta. Nascido em Brasília, o autor viralizou na internet após trazer ressignificados de palavras do cotidiano em forma de poesia. Atualmente, João é um dos poetas mais conhecidos da geração.

O livro dos ressignificados | Paralela

Sinopse: Releituras poéticas em que experiências pessoais com substantivos, adjetivos e verbos pesam mais do que a objetividade dos dicionários. 

Antes aprisionadas na formalidade dos dicionários, palavras como “girassol”, “Deus”, “sonho”, “tatuagem”, “cafuné” e muitas outras são libertadas por João Doederlein — que assina com o pseudônimo AKA Poeta — neste seu primeiro livro. Elas são repensadas a partir das experiências pessoais do autor, de vinte anos, e de sua geração, mesclando romantismo bem resolvido, paixão, isolamento e um dia a dia que respira tecnologia e cultura pop. 

Combinando textos que se tornaram sucesso nas redes sociais com material inédito, o autor acha novos significados para os signos do zodíaco, para clichês indispensáveis como “paixão” e “saudade” e para as atualíssimas “match” e “crush”. Uma história de amor correspondido entre um jovem e sua musa — a escrita.

Rupi Kaur

Rupi Kaur é poetisa e escritora indiana. Iniciou sua carreira publicando seus poemas nas redes sociais e ganhou notoriedade na literatura após a publicação do livro Outros jeitos de usar a boca, conhecido por abordar temas como amor, abuso, perda, feminilidade e violência. Ela também é autora de O que o sol faz com as flores e Cura pelas palavras.

Meu corpo, minha casa | Planeta

Sinopse: o aguardado terceiro livro da autora de outros jeitos de usar a boca e o que o sol faz com as flores,best-sellers com mais de 450 mil exemplares vendidos no Brasil/

Da autora #1 do The New York Times, a terceira coletânea de poesias de Rupi Kaur, maior fenômeno da poesia mundial nos últimos anos, um dos temas mais frequentes na obra de rupi kaur é a importância que há em crescer e estar sempre em movimento. 

em meu corpo, minha casa, ela leva leitoras e leitores a uma jornada de reflexão através da intimidade e dos sentimentos mais fortes, visitando o passado, o presente e o potencial que existe em nós. 

os poemas dessa coletânea, ilustrada pela autora, inspiram uma conversa interna em cada uma, em cada um, lembrando que precisamos nos preencher de amor, de aceitação e de confiança em nossas relações familiares e de comunidade. e, sempre, que precisamos estar de braços abertos para as mudanças em nossas vidas. mergulho na nascente do meu corpo e chego a outro mundo eu tenho tudo o que preciso aqui dentro não há motivo para procurar em outro lugar – meu corpo minha casa.

Ryane Leão

Os primeiros sinais da potência chamada Ryane Leão começaram a surgir em 2008, através dos “lambe-lambes” espalhados pela cidade de São Paulo. Em 2017, a autora publicou o livro Tudo nela brilha e queima, com presença forte do ativismo em defesa de direitos das mulheres negras.

Jamais peço desculpas por me derramar | Planeta

Sinopse: Segundo livro de Ryane Leão, mulher preta, poeta e professora, criadora da página onde jazz meu coração, com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais. Seu primeiro livro, Tudo nela brilha e queima, já vendeu mais de 40 mil exemplares. 

>> “mesmo na correria, eu sigo em busca das sutilezas. não posso deixar as distrações passarem batidas. o peso do mundo não vai tomar conta de minha pele se eu me atentar às brechas, às margens. anteontem eu vi o mar. recebi abraços apertados que me agradeceram pelos poemas que escrevo com o coração na ponta dos dedos. hoje de manhã as folhas das árvores balançaram com o vento e o barulho foi tão bonito. daqui a pouco começo a cozinhar porque vou receber em casa as pessoas que amo. quero saber de cor o que me traz paz, embora não sejam permanentes as belezas. o caos também não é. e eu estou mudando a cada minuto, então tudo bem. há algo que resiste por entre os escudos, que me relembra que existe uma coisa essencial em ser uma mulher que se reconstrói diariamente: eu sou profunda demais pra acabar.” – RYANE LEÃO <<

Amanda Lovelace

Formada em literatura inglesa, Amanda Lovelace conquistou muitos leitores ao redor do mundo com suas obras emocionantes. Apaixonada por contos de fadas, a autora traz releituras dessas histórias em seus livros, sempre abordando temas como amadurecimento, perda, redenção e empoderamento feminino. É autora de A voz da sereia volta neste livro, Quebre seus sapatinhos de cristal, Faça sua coroa de gelo brilhar e A bruxa não vai para a fogueira neste livro.

A princesa salva a si mesma neste livro | LeYa

Sinopse: Amor e empoderamento em versos que levam os contos de fada à realidade feminina do século XXI A princesa salva a si mesma neste livro, de Amanda Lovelace, é comparado ao fenômeno editorial Outros jeitos de usar a boca, de Rupi Kaur, com o qual compartilha a linguagem direta, em forma de poesia, e a temática contemporânea. 

É um livro sobre resiliência e, sobretudo, sobre a possibilidade de escrevermos nossos próprios finais felizes. Não à toa A princesa salva a si mesma neste livro ganhou o prêmio Goodreads Choice Award, de melhor leitura do ano, escolha do público. 

Esta é uma obra sobre amor, perda, sofrimento, redenção, empoderamento e inspiração. Dividido em quatro partes (“A princesa”, “A donzela”, “A rainha” e “Você”), o livro combina o imaginário dos contos de fada à realidade feminina do século XXI com delicadeza, emoção e contundência. 

Amanda, aclamada como uma das principais vozes de sua geração, constrói uma narrativa poética de tons íntimos e cotidianos que acolhe o leitor a cada verso, tornando-o cúmplice e participante do que está sendo dito.

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