Júlia Lopes de Almeida é conhecida pela sua extensa produção literária, marcada principalmente pelo realismo e naturalismo. Suas criações abrangem desde contos, romances e crônicas até roteiros de teatro e ensaios.
Nascida em 1862 no Rio de Janeiro, cresceu em Campinas, onde recebeu uma educação liberal, incomum para as mulheres da época. Logo, começou seu ofício publicando os primeiros textos na Gazeta da cidade.
Em 1886, foi pioneira na escrita de histórias para crianças no Brasil com o livro Contos Infantis, de autoria compartilhada com a irmã Adelina Lopes Vieira. No ano seguinte, publicou Traços e Iluminuras, sua primeira obra para adultos. A falência foi o seu romance de maior destaque.
Uma mulher à frente do seu tempo
Entre as idas e vindas a Portugal, a autora produziu diversas narrativas que imprimiram a realidade do Brasil, com posicionamentos políticos e sociais bem demarcados. Com ideias avançadas para a época, Júlia pautava muito o lugar da mulher na sociedade brasileira, chegando a presidir a Legião da Mulher Brasileira. Além de defender os direitos da mulher — como o divórcio e a educação —, também era a favor da república e da abolição da escravatura.
Foi com esse pensamento inovador que integrou um grupo de escritores e intelectuais, que mais tarde seria conhecido como os Fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Júlia Lopes, ABL e o “acadêmico consorte”
A Academia Brasileira de Letras começou a ser planejada, após a Proclamação da República, por esse grupo de 40 intelectuais conhecido como Panelinha. Nele, nomes como Olavo Bilac e Aluísio Azevedo fizeram-se presentes, e apenas uma mulher integrava o conjunto: Júlia Lopes de Almeida. Em 1897, houve efetivamente a criação da instituição, trazendo Machado de Assis como presidente. Porém, a cadeira número 3, que deveria ser da escritora, estava empossada por Filinto de Almeida, seu marido.
A razão por Júlia Lopes não figurar na lista de fundadores — e imortais — da ABL é justamente o fato de ser mulher. A justificativa utilizada é que a Academia Francesa em que se inspiraram para construir a ABL só admitia homens. Como alternativa, o poeta português Filinto ocupou a cadeira número 3, chegando até a ser chamado de “acadêmico consorte”.
Júlia Lopes de Almeida faleceu no Rio de Janeiro em 1934, sem ser reconhecida pela Academia Brasileira de Letras, a qual ajudou a criar. A instituição só começou a aceitar mulheres em 1977, com Rachel de Queiroz.
Até os dias atuais, a escritora não tem a posse da cadeira número 3 ou o título de Imortal, mesmo que seja autora de importantes obras do cenário literário nacional. Na comemoração de 120 anos da ABL, a autora foi homenageada como forma de reparação.
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A Intrusa | Principis
Sinopse: Argemiro, um advogado viuvo, jovem e rico, precisa de alguém para cuidar da casa e de sua filha Gloria, que mora com os avos e o visita aos fins de semana. Então, coloca um anuncio em um jornal e a jovem Alice se candidata. Antes de contrata-la, ele coloca a regra de não se verem, afinal, prometera a esposa que não casaria outra vez. Apesar de sua sogra não gostar da situação por querer manter viva a memória da filha, a governanta vai colocando tudo em ordem e conquistando as pessoas, inclusive Argemiro, que mesmo sem vê-la e cativado pela influencia da moca na casa e em sua vida.

A viúva Simões | Principis
Sinopse: Após a morte de seu marido, a viúva Simões raramente saia de casa, vivendo uma rotina do lar com seus cinco criados e sua filha adolescente, Sara. De luto e com medo da recriminação da sociedade e de manchar sua reputação, deixou de lado seu status, festas e eventos sociais. Ate que a chegada de Luciano, um antigo amor de sua juventude, que ao saber do falecimento do marido da viúva voltou ao Brasil para vê-la, vai transformar a vida dela e de sua filha.
Conheça mais da obra da autora com essa seleção especial:
Dois contos macabros: Sob as estrelas e A casa dos mortos | Pop Stories
Sinopse: Dois contos de Júlia Lopes de Almeida que tem a morte em seus umbrais. No primeiro, “Sob as estrelas”, tem-se a trágica história de amor de Júlio e Ianinha, separados pelo sacerdócio dele. Thriller de arrepiar os mais sensíveis. No segundo, “A casa dos mortos”, uma filha tem a chance de encontrar a mãe… morta.
A caolha | Balão Editorial
Sinopse: “A caolha” é considerado um dos maiores contos da literatura brasileira, trata-se uma clássica obra magistral da autora Júlia Lopes de Almeida (1862 — 1934). A história narra a relação de um filho, desde a infância até a vida adulta, com sua mãe caolha, da vergonha que ela lhe traz ante a sociedade e uma reviravolta bombástica.
O correio da roça | Lebooks Editora
Sinopse: Júlia Lopes de Almeida foi uma escritora, dramaturga, jornalista, cronista, abolicionista e feminista. Ela participou das primeiras reuniões para a fundação da ABL – Academia Brasileira de Letras, mas não pode integrá-la pelo fato de ser mulher, não obstante sua grande e importante produção literária pioneirismo. Uma de suas obras mais marcantes é o romance O Correio da Roça. A obra se tomou um grande fenômeno editorial na época, e narra a história da viúva Maria que em função do falecimento de seu esposo, entra em situação financeira precária, restando-lhe apenas uma propriedade rural em ruínas, denominada Remanso. O romance é pautado literalmente na correspondência das duas amigas com Fernanda ajudando com informações e apoiando o esforço da amiga e suas filhas para realizar uma grande transformação, não somente na propriedade, como em todas as mulheres envolvidas.
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A Janela Amarela Editora está resgatando a obra da escritora Julia Lopes de Almeida. Já são 11 títulos disponíveis: A Casa Verde, A Família Medeiros, Era uma vez…, Cruel Amor, Eles e Elas, Histórias da Nossa Terra, Correio da Roça, Pássaro Tonto, Ânsia Eterna, Memórias de Martha e A Silveirinha, que podem ser encontrados no catálogo da Skeelo e também em livro físico. Outros títulos estão em edição e logo estarão disponíveis…