Se você chegou até aqui, no Blog do Skeelo, muito provavelmente você acredita no poder transformador dos livros, no quanto boas histórias podem mudar vidas. Quem também acredita muito nisso é José Roberto de Castro Neves, advogado e autor best seller, que acaba de lançar “Caixa de palavras” (Nova Fronteira).
Para ele, o poder dos livros vai muito além daquilo que vemos: repousa em algo impalpável, quase mágico, que molda personalidades, toca almas, muda civilizações e altera o rumo dos acontecimentos. Basta que haja um leitor de coração aberto. Em “Caixa de palavras”, Neves passa por algumas das principais obras da humanidade, que aqui têm sua força não só comentada, mas celebrada.
“A leitura me preparou para desempenhar qualquer um dos meus papéis sociais: pai, marido, professor e também escritor. Sou uma pessoa melhor do que seria se não tivesse lido os livros que li, pois as leituras que fiz me permitiram ‘viver’ mais, entender coisas que eu não teria tempo e energia para viver na vida real”, comenta José Roberto de Castro Neves, em entrevista exclusiva ao Blog do Skeelo.
O projeto de “Caixa de palavras” mudou bastante desde sua concepção até o livro finalizado. A ideia original era escrever sobre a relação entre direito e literatura, de maneira semelhante ao que Neves trabalhou em obras anteriores, como “Os advogados vão ao cinema” (direito e cinema) ou “Música e direito” (direito e música).
“Ao longo do processo de pesquisa e escrita, percebi que seguir por esse caminho seria algo limitado. Era um projeto muito maior, um livro sobre por que as pessoas têm que ler, o quanto os livros e os personagens da literatura são formadores de opinião, de caráter”, conta o autor.
“Caixa de palavras” se divide em cinco partes, cada um dos cinco motivos para ler elencados por José Roberto de Castro Neves, ilustrados por obras literárias diversas. O primeiro é “Conhecer a si mesmo”; o quanto ler sobre o outro pode nos fazer saber mais sobre nós. O autor mostra o quanto ler um livro pode fazer com que a gente se reconheça nos personagens, em características boas ou ruins, semelhantes às nossas ou aspectos que não queremos imitar.
Já o segundo motivo para ler é “Aprimorar a comunicação”. É fato: quem lê escreve e se expressa melhor; além disso, Neves ressalta que o hábito da leitura permite que identifiquemos algumas singularidades na comunicação, como ironia e sarcasmo. Também é possível aprender o quanto o silêncio, a ausência de palavras, comunica.
Os próximos motivos para ler são “Interpretar” e “Entender a humanidade”. Para Neves, “a literatura é o abecedário da humanidade”; ler é um ato de empatia, permite que a gente se coloque no lugar do outro e conheça outras culturas sem sair de casa. O autor reforça o quanto o ato da leitura nos proporciona uma maior e melhor compreensão do mundo.
Por fim, o quinto motivo para ler é “Guardar valores”. Cada um dos motivos é exemplificado com sugestões de leitura, e este é o que mais traz opções de literatura infantil – e não por acaso. “Contar histórias é fantástico e muito importante para o nosso desenvolvimento enquanto sociedade. Comungar do conteúdo, compartilhar as mesmas referências, criar coletividade, criar o ‘folclore’”, explica Neves. O autor traça também um comparativo entre a leitura e a tecnologia, tão presente no nosso cotidiano, e cada vez mais cedo, desde a infância. “Hoje, a leitura tem uma concorrência enorme com outras atividades, tanto para nós quanto para os mais novos. E, de fato, a leitura é um exercício que te exige mais, mas também tem uma recompensa maior, um legado”.
Se te perguntarem quais são seus livros favoritos, você pode fazer uma lista, mas sempre terá a sensação de que está esquecendo de algo. Não foi diferente com os livros elencados em “Caixa de palavras”. “Acontece todos os dias. Alguém vem falar comigo e diz ‘Zé, você não colocou tal livro’ (risos). Não coloquei porque não tinha mais espaço, porque não conhecia ou porque não me lembrei mesmo. Porém, isso se tornou algo bom, afinal ‘Caixa de palavras’ é um livro que nunca acaba”, diz o autor.
Por isso, para encerrar a conversa, o Blog do Skeelo abriu espaço para José Roberto de Castro Neves indicar um livro que ficou de fora do “Caixa de palavras”. Ele escolheu “A lebre com olhos de âmbar”, de Edmund de Waal. “Todos os livros despertam sentimentos em nós, mas esse é de uma sensibilidade ímpar, é muito bonito. Fala sobre família. Vale a leitura!”, recomenda ele.
Curtiu o conteúdo? Leia também outros artigos do Blog do Skeelo.
“Um verdadeiro clássico da fantasia”, diz tradutor sobre novo livro de Brandon Sanderson
Leituras de férias: 6 livros para curtir o recesso de julho
Chegou no App: veja as novidades de julho
Acompanhe nossas redes sociais, estamos presentes no Facebook, Instagram, Twitter, Telegram e YouTube.Confira e-books e audiobooks na Loja do Skeelo.